Queridos leitores e ouvintes, hoje chegamos ao nosso terceiro podcast. Nele, eu estarei falando sobre a Copa do Mundo, fato que sempre mobiliza as massas ao redor do globo. Neste podcast consta os meus palpites para os classificados para as quartas de final, minha opinião sobre os integrantes das oitavas, e as minhas apostas para os dois candidatos, na minha opinião, para levantar o tão cobiçado troféu dourado. Eu espero que vocês gostem! Por favor comentem! Abraços a todos.
sábado, 26 de junho de 2010
quarta-feira, 23 de junho de 2010
TOY STORY 3 - Crítica
Em meados da década de 90 a Pixar implementou o seu nome na categoria de Megaprodutora de Hollywood ao inovar a maneira de se fazer filmes. A ideia era bastante ousada: tratava-se de um filme completamente virtual, feito inteiramente por computação gráfica. E como se isso já não custasse um alto dinheiro, foi contratado um elenco de peso para a dublagem, encabeçado por Tom Hanks, como o xerife Woody e Tim Allen, como o astronauta Buzz Lightyear. Quem deu a cara a bater e colocar o projeto em prática foi o então desconhecido John Lasseter. Assim, sem nenhuma garantia de sucesso e retorno, foi lançado nos cinemas "Toy Story", um filme que contava a história focando a narrativa em brinquedos animados, que longe dos olhos de seu dono apresentavam vida própria. O filme, não só fez sucesso, mas virou um ícone cinematográfico, faturando o Oscar de Melhor Animação e servindo como molde para que alguns sucessores com muito menos talento começassem a fazer filmes no mesmo estilo - DreamWorks (Shrek), BlueSky (A Era do Gelo) etc. É claro, teria que haver uma sequencia do trabalho. A Pixar então lançou outro filme de semelhante - porém não igual - genialidade: "Vida de Inseto". O filme não teve o mesmo prestígio que o pioneiro da categoria. Então, John Lasseter e sua equipe recorreram a lançar uma continuação do seu maior sucesso, quando lançou "Toy Story 2", em 1999. Mais uma obra prima da Pixar. Daí, o estúdio não parou mais. Sucessos estrondosos iam se formando na tela de cinema ao decorrer dos anos, faturando a maioria dos Oscar da categoria. Filmes como "Monstros S.A", "Procurando Nemo", "Os Incríveis", "Carros" e "Up - Altas Aventuras" sedimentaram o nome da Pixar como a melhor no gênero Animação. Eis que em 2010, 11 anos depois do último filme, o estúdio decide ressucitar o seu maior sucesso, nos presenteando com "Toy Story 3". Caros leitores, hoje eu tive o imenso prazer de assistir a esta maravilhosa produção no cinema.
O filme começa, de uma maneira sutil, para que os espectadores matem a saudade dos personagens que marcaram época no final do século XX: Woody, Buzz, Sr. Cabeça de Batatas, Porquinho, Rex, Slink e os personagens mais recentes Jessie, Bala no Alvo e Sra. Cabeça de Batatas estreiam a telona personificados numa brincadeira da autoria do garoto Andy, no período de sua infância. E é extremamente empolgante ver um diálogo clássico presente na projeção original, encaixado neste, onde o Sr. Cabeça de Batatas fala: "Para trás xerife, eu trouxe o meu cão com campo de força embutido", e Woody retruca: "E eu trouxe meu dinossauro, que come cães com campos de força". Esta decisão do diretor Lee Unkrich, nos dá a segurança e a emoção de que estamos em ambiente familiar e que estamos apenas revendo "velhos amigos".
Entretanto, este primeiro ato está enquadrado, como eu já disse nos anos dourados do garoto Andy. Daí, os anos passam, onde encontramos uma época contemporânea, onde o dono dos brinquedos já é um jovem de dezessete anos e pronto para ingressar na faculdade, e como todo jovem faz, ele deixa os seus velhos companheiros trancafiados no baú, para voltar a sua atenção a coisas mais interessantes do ponto de vista juvenil: celular, computador etc. E é justamente aí que vemos mais uma brilhante e criativa ideia do diretor: a muito tempo dentro do baú, os brinquedos, com saudade de seu dono, decidem roubar o celular de Andy e o telefone de casa. Ao discarem o número do celular, o aparelho começa a tocar e chama a atenção de Andy que finalmente abre o baú e vê mais uma vez os seus brinquedos. É emocionante ver a cara de Woody ao ouvir a voz de seu dono, ou a euforia de Rex ao dizer "Ele segurou em mim", se lembrarmos que nas duas primeiras projeções isto era atitude corriqueira do garoto.
A partir daí a trama se desenrola com uma naturalidade tremenda, acabando com a o fim do medo dos críticos por franquias sequenciais. Há, entretanto, um detalhe negativo que eu, como fã incondicional que sou da Disney/Pixar, não pude deixar de notar. Trata-se de certa mudança de atitude do xerife Woody. Se no segundo filme, ele está decidido a não ser esquecido e abandonar Andy tomando a iniciativa de ingressar numa viagem enderaçada à um museu no Japão, neste vemos que Woody quer de qualquer maneira ficar ao lado de seu dono, mesmo que isso lhe custe o mergulho no esquecimento e na obscuridade do sótão. Mas isso não serve para tirar nem um pouco do brilho desta fantástica obra.
Tecnicamente o filme é perfeito. Com movimentos muito mais naturais e detalhes muito bem trabalhados, como as rugosidades dos materiais dos quais são feitos os brinquedos, a Pixar é a última palavra em computação gráfica, com certeza. E mais uma vez é claro, o trabalho dos dubladores, tanto no original quanto no nosso idioma é impecável. Quero dar um rápido destaque para o trabalho do dublador do Woody aqui do Brasil, Marcos Ribeiro (famoso pela dublagem da maioria dos filmes de Jim Carrey): a sua dublagem é simplesmente formidável neste filme. É totalmente equiparável - senão melhor - do que a dublagem feita por Tom Hanks na versão original.
É claro, a projeção se mostra extremamente eficaz e divertida na maioria do tempo. Os protagonistas do riso neste terceiro Toy Story, são Buzz Lightyear (principalmente quando ele encarna uma personalidade meio "Antonio Banderas" - possivelmente uma pequena cutucada ao personagem Gato de Botas da DreamWorks) e as caretas e movimentos desmanzelados do xerife Woody. Outro fato que é muito interessante e curioso de se perceber é a presença do cão Buster, todo alegre e carismático no segundo filme, mas que nesse se mostra envelhecido e mais cansado.
Os novos personagens também merecem destaque por terem sido muito bem compostos, como o vilão Lotsu que supera a maldade do Mineiro em "Toy Story 2" e desperta até certa raiva do espectador em determinado momento da projeção; ou o par romântico de Barbie, o boneco Ken, um brinquedo metrossexual; o divertido "Espeto" que faz o estilo "certinho", muito presente em várias outras animações; ou então a dócil e fundamental Bonnie, que lembra muito a personagem Boo de "Monstros S.A". Todos estes, e muito outros ajudam a construir um pano de fundo realmente irretocável.
Mas no que a produção acerta em cheio realmente é no aspecto emocional. Se você achou os minutos iniciais e o final de "Up - Altas Aventuras" emocionante, eu aconselho que você leve uma caixa de lenços ao cinema para assistir "Toy Story 3". Desde o primeiro filme da franquia, a história é claramente sobre lealdade. Isso fica muito evidente neste terceiro - e lamento dizer, último - episódio, principalmente em uma cena do clímax do filme onde todos os brinquedos se dão as mãos (que é claro não vou detalhar aqui para não acabar com a emoção de quem for assistir). O começo, assim como frizei antes nos proporciona um aperto no coração bastante incomum em filmes considerados infantis - mas me recuso a rotular os trabalhos da Pixar de infantis, porque são compostos de uma sensibilidade que vai muito além da incocência infantil. Mas é no final que o espectador chega de fato as lágrimas. Talvez, isso se deva pelo fato de termos a sensação de que "agora realmente acabou", e que estes cativantes personagens vão existir sempre na nossa memória.
Enfim, a Pixar se superou com esta mais nova obra-prima do cinema, porque fez desta terceira continuação totalmente necessária, para que tenhamos a certeza e talvez a segurança do fim que levaram os mais famosos personagens da computação gráfica, ainda que alguns, já aviso, talvez não gostem do desfecho. Valeu cada centavo do dinheiro que gastei, porque foram 103 minutos que me fizeram esquecer de todas as futilidades das quais os jovens geralmente pensam, e me fizeram reencontrar o enlace sentimental puro e sincero que existe entre uma criança e seus leais e mais incríveis companheiros: os brinquedos.
O filme começa, de uma maneira sutil, para que os espectadores matem a saudade dos personagens que marcaram época no final do século XX: Woody, Buzz, Sr. Cabeça de Batatas, Porquinho, Rex, Slink e os personagens mais recentes Jessie, Bala no Alvo e Sra. Cabeça de Batatas estreiam a telona personificados numa brincadeira da autoria do garoto Andy, no período de sua infância. E é extremamente empolgante ver um diálogo clássico presente na projeção original, encaixado neste, onde o Sr. Cabeça de Batatas fala: "Para trás xerife, eu trouxe o meu cão com campo de força embutido", e Woody retruca: "E eu trouxe meu dinossauro, que come cães com campos de força". Esta decisão do diretor Lee Unkrich, nos dá a segurança e a emoção de que estamos em ambiente familiar e que estamos apenas revendo "velhos amigos".
Entretanto, este primeiro ato está enquadrado, como eu já disse nos anos dourados do garoto Andy. Daí, os anos passam, onde encontramos uma época contemporânea, onde o dono dos brinquedos já é um jovem de dezessete anos e pronto para ingressar na faculdade, e como todo jovem faz, ele deixa os seus velhos companheiros trancafiados no baú, para voltar a sua atenção a coisas mais interessantes do ponto de vista juvenil: celular, computador etc. E é justamente aí que vemos mais uma brilhante e criativa ideia do diretor: a muito tempo dentro do baú, os brinquedos, com saudade de seu dono, decidem roubar o celular de Andy e o telefone de casa. Ao discarem o número do celular, o aparelho começa a tocar e chama a atenção de Andy que finalmente abre o baú e vê mais uma vez os seus brinquedos. É emocionante ver a cara de Woody ao ouvir a voz de seu dono, ou a euforia de Rex ao dizer "Ele segurou em mim", se lembrarmos que nas duas primeiras projeções isto era atitude corriqueira do garoto.
A partir daí a trama se desenrola com uma naturalidade tremenda, acabando com a o fim do medo dos críticos por franquias sequenciais. Há, entretanto, um detalhe negativo que eu, como fã incondicional que sou da Disney/Pixar, não pude deixar de notar. Trata-se de certa mudança de atitude do xerife Woody. Se no segundo filme, ele está decidido a não ser esquecido e abandonar Andy tomando a iniciativa de ingressar numa viagem enderaçada à um museu no Japão, neste vemos que Woody quer de qualquer maneira ficar ao lado de seu dono, mesmo que isso lhe custe o mergulho no esquecimento e na obscuridade do sótão. Mas isso não serve para tirar nem um pouco do brilho desta fantástica obra.
Tecnicamente o filme é perfeito. Com movimentos muito mais naturais e detalhes muito bem trabalhados, como as rugosidades dos materiais dos quais são feitos os brinquedos, a Pixar é a última palavra em computação gráfica, com certeza. E mais uma vez é claro, o trabalho dos dubladores, tanto no original quanto no nosso idioma é impecável. Quero dar um rápido destaque para o trabalho do dublador do Woody aqui do Brasil, Marcos Ribeiro (famoso pela dublagem da maioria dos filmes de Jim Carrey): a sua dublagem é simplesmente formidável neste filme. É totalmente equiparável - senão melhor - do que a dublagem feita por Tom Hanks na versão original.
É claro, a projeção se mostra extremamente eficaz e divertida na maioria do tempo. Os protagonistas do riso neste terceiro Toy Story, são Buzz Lightyear (principalmente quando ele encarna uma personalidade meio "Antonio Banderas" - possivelmente uma pequena cutucada ao personagem Gato de Botas da DreamWorks) e as caretas e movimentos desmanzelados do xerife Woody. Outro fato que é muito interessante e curioso de se perceber é a presença do cão Buster, todo alegre e carismático no segundo filme, mas que nesse se mostra envelhecido e mais cansado.
Os novos personagens também merecem destaque por terem sido muito bem compostos, como o vilão Lotsu que supera a maldade do Mineiro em "Toy Story 2" e desperta até certa raiva do espectador em determinado momento da projeção; ou o par romântico de Barbie, o boneco Ken, um brinquedo metrossexual; o divertido "Espeto" que faz o estilo "certinho", muito presente em várias outras animações; ou então a dócil e fundamental Bonnie, que lembra muito a personagem Boo de "Monstros S.A". Todos estes, e muito outros ajudam a construir um pano de fundo realmente irretocável.
Mas no que a produção acerta em cheio realmente é no aspecto emocional. Se você achou os minutos iniciais e o final de "Up - Altas Aventuras" emocionante, eu aconselho que você leve uma caixa de lenços ao cinema para assistir "Toy Story 3". Desde o primeiro filme da franquia, a história é claramente sobre lealdade. Isso fica muito evidente neste terceiro - e lamento dizer, último - episódio, principalmente em uma cena do clímax do filme onde todos os brinquedos se dão as mãos (que é claro não vou detalhar aqui para não acabar com a emoção de quem for assistir). O começo, assim como frizei antes nos proporciona um aperto no coração bastante incomum em filmes considerados infantis - mas me recuso a rotular os trabalhos da Pixar de infantis, porque são compostos de uma sensibilidade que vai muito além da incocência infantil. Mas é no final que o espectador chega de fato as lágrimas. Talvez, isso se deva pelo fato de termos a sensação de que "agora realmente acabou", e que estes cativantes personagens vão existir sempre na nossa memória.
Enfim, a Pixar se superou com esta mais nova obra-prima do cinema, porque fez desta terceira continuação totalmente necessária, para que tenhamos a certeza e talvez a segurança do fim que levaram os mais famosos personagens da computação gráfica, ainda que alguns, já aviso, talvez não gostem do desfecho. Valeu cada centavo do dinheiro que gastei, porque foram 103 minutos que me fizeram esquecer de todas as futilidades das quais os jovens geralmente pensam, e me fizeram reencontrar o enlace sentimental puro e sincero que existe entre uma criança e seus leais e mais incríveis companheiros: os brinquedos.
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