2010.
O ano em que o sonho se transformaria em realidade. Cem anos de uma gloriosa existência, que não era perfeita unicamente por um detalhe ausente. Uma estrela que falta na constelação alvi-negra. O brilho que o torcedor fiel ainda não viu.
2010 seria o ano em que a lacuna no coração do corintiano se preencheria. Seria um marco, uma demonstração de planejamento e organização. Era a hora do Corinthians inaugurar uma nova estante na sua sala de troféus. Era hora de que quebrar o tabu e faturar de uma vez a tão ambicionada Libertadores da América!
Foi uma primeira fase impecável. Foram seis jogos, cinco vitórias e um empate. O melhor primeiro colocado do torneio. Isso lhe deu o privilégio de jogar com o pior segundo colocado da competição, que viria a ser o algoz de uma nova tragédia: o baleado Flamengo.
O espetáculo, então estava armado! Os dois clubes donos das duas maiores torcidas do Brasil iriam se confrontar em duas das mais importantes partidas da história dos dois times. E assim aconteceu.
Primeiro jogo. Maracanã. A chuva tomou conta do Rio de Janeiro e do jogo. Assim sendo, impossibilitou o brilho individual das duas equipes. Ronaldo: Péssimo! Adriano: Terrível! Ambos não se encontraram e pouco contribuiram para seus times! Ainda sim, o time da Gávea se sobressaiu porque conseguiu marcar um gol de pênalti pelos pés do Imperador. Uma glória que não lhe era merecida. E desde aquele jogo, já vinha se destacando o pivô da desgraça corinthiana. Vágner Love já deu dor de cabeça para William e Chicão naquela ocasião. Mas enfim, o jogo terminou assim: 1 a 0 para os donos da casa.
Segundo jogo. Pacaembu. A noite estava perfeita. A desclassificação do vergonhoso Palmeiras na Copa do Brasil, minutos antes do começo do jogo, era um tempero especial que abrilhantaria a eventual classificação corintiana. Tudo estava pronto para a explosão da alegria preta e branca. E logo no começo o Corinthians abriu o placar com um gol contra de David. Os corações estavam mais leves. Mas ainda faltava algo. Aquele gol e somente aquele os levaria para um destino ainda muito angustiante: a decisão nos pênaltis. Era preciso mais! Era preciso que Ronaldo aparecesse! E ele apareceu! Cruzamento perfeito de Dentinho e cabeçada certeira do Fenômeno! Gol do Corinthians! A classificação estaria selada! Transbordava a alegria. O Pacaembu estava brilhante! Entretanto o Timão esqueceu de jogar bola a partir daí. Eis que Vágner Love penetra na área depois de uma grande triangulação iniciada por Juan e Kléberson e coloca entre as pernas do goleiro Felipe, que retornava de lesão.
Angústia. Desespero. Aflição. O êxtase corintiano transformou-se em ansiedade. A equipe tentou. A torcida apoiou. Mas Mano Menezes errou! E errou feio quando optou por sacar Jorge Henrique e Elias do time e ainda promover a estreia do assustado Paulinho. Aí, o Corinthians perdeu-se em campo. Passes errados e tentativas frustadas iam eliminando aos poucos o fôlego do torcedor que cantava sem parar. Até que o pior som que podia surgir no meio daquela batalha dissipou a fé alvi-negra. O som do apito inidicando o fim do jogo decretava que o Corinthians estava fora da Libertadores de 2o1o!!
Lágrimas. Dor. Desespero. Decepção. Sentimento semelhante ao ano do rebaixamento do Corinthians, a três anos atrás.
E no final das contas, um planejamento iniciado no final de 2007, investimentos pesados em jogadores e uma expectativa implantada no inocente torcedor fiel cairam por terra. Encerra-se a esperança. Uma centena de anos sem o que mais se desejava. Cessa a ansiedade. Terminou mais uma vez a Libertadores para o Corinthians.
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